quarta-feira, 11 de maio de 2011

Rescaldo Transportugal Day 4- Day 9 (parte 2/2)


By André:





Resumo:




Esta experiência é fantástica. Os hotéis, à excepção da Bragança e Freixo são do melhor e dão mesmo para descansar muito bem. Isto porque o nosso corpo a partir do terceiro em quarto dia entra em Overdrive – acordas cansado, um pouco enfastiado, o teu fígado, o teu estômado, os teus rins, os teus pulmões, as tuas costas, os teus músculos não descansam o suficiente ainda que consigas dormir as 9h seguidas por noite. Mais as barras, os géis e as bebidas isotónicas não ajudam muito ao sono e é normal acordares a meio da noite várias vezes com algum desconforto. As próprias barras começam a enjoar, mais do mesmo, enfim – é ir comendo devagarinho nas partes mais roltantes!



Quando fui pesava 67,100 kg e quando cheguei pesava 67,400 kg. Talvez se deva a vários factores:



a) Pequeno-almoço – 2 croissants com 2 fatias de fiambre + duas de queijo, 1 sandes, 1/2/3 bolos secos (tipo mármore ou nós), 1 iogurte, 1 salada de frutas, um café com leite e às vezes uma nata J


b) Reforço (16h+-) – 3 pratos com batatas cozidas, grao de bico, feijao frade, atum, tomate, frutos secos (ou dois pratos + sandes) + coca cola, recuperador e ice tea.


c) Jantar (20h30m) – 2 pratos com ênfase em massa e carne e saladas, mais dois pratos de sobremesas, mais meio copo de tinto, muita água e para ajudar à festa água das pedras para não me sentir tão cheio


d) A partir do 3º dia, o meu coração não sobe mais do que 158bpm (quando a minha máxima é de 198) pelo que o meu gasto calórico diminui absurdamente por hora!


e) Por prova depende, mas eram sempre 3 barras mais um gel, acho que foram 4 na maior (+-1000kcal).



Quanto a mecânica posso dizer que apesar de tudo tive muita sorte:





a) Empenei o dropout na etapa 3;


b) Rasguei um Maxxis Larsen TT 1.9 na etapa 9;


c) Parti um parafuso do suporte da Touratech desde a etapa 2, mas que depois de diagnosticado manteve-se e aguentou mesmo assim o resto do Transportugal.



Perfil das etapas:



As etapas, com excepção das primeiras 3 e da última parte da 8ª são exageradamente rolantes, podem pensar que a altimetria é imensa e tal, mas dado a distância não é assim tanto. Os trilhos técnicos e as subidas dignas desse nome não são mais que 10%, máximo 15% do Transportugal (Santinha, Serra de Moinchique, SingleTracks, Calçadas Romanas). E haviam etapas em que tinhamos 45km, 35km de estrada para juntar à festa dos roladores. O perfil das etapas não se quaduna com as minhas capacidades, mas também percebo que se a coisa fosse muito mais técnica o Transportugal não acabaria em 9 dias.



Opinião:





O Transportugal vale mesmo a pena. Conheci sítios que nunca teria conhecido de outra maneira e fiz amigos também. Temos um país maravilhoso e muitos dos estrangeiros manifestaram vontade de vir para Portugal, os trilhos, a comida e o clima estão entre as principais razões. Apesar de ser muito rolante, a experiência de superação e os 9 dias seguintes com 60h a pedalar. Foram 1160km de paisagens, de aventuras, de sentimentos, e que agora terminam. Se puderem façam mas metam muitos km nas pernas antes!



Desempenho:





Nem agradado nem desagradado, treino a intensidades elevadas o que não é o ideal para este tipo de provas, nem treino muito a rolar. O corpo de atletas que veio para aqui é muito forte, e muitos vou reencontrar no Douro Bike Race que é um terreno mais à minha maneira! Senti a falta destes dois tipos de treino. Temos de treinar de forma inteligente!



Agradecimentos:





À família – Obrigado pela visita e apoio, sem eles conseguiria terminar mas não com a mesma facilidade J


Ao irmão – partilhávamos quase tudo J


À namorada – Obrigado pela força que me tens dado estes dias, apesar das adversidades, estiveste sempre comigo!


Aos amigos e demais betetistas que me apoiaram – obrigado pelas palavras de encorajamento e pelos votos de um bom Transportugal!



Podem ver as minhas fotografias aqui:


https://picasaweb.google.com/100798172976543584481/Transportugal?authkey=Gv1sRgCP6Os8v3t4COzAE&feat=directlink



Rescaldo Transportugal Day 4- Day 9 (parte 1/2)


By André:




Etapa 4 (Unhais da Serra - Monfortinho) – 110km, 2982m acumulado





Depois da etapa da serra da Estrela, e a minha melhor posição nas etapas (14º), parti motivado e com a adrenalina em cima! Tudo ia muito bem, terreno como gosto, apesar de largo e compacto e bastante laranja, picadas logo no início para espalhar o pessoal… Quando ao km 12, numa descida fácil mas em que tinha escolhido o lado esquerdo (cheio de calhau) em vez do lado direito (que parecia uma auto estrada) mando um pinote e corto-me no dedo. Levanto-me rapidamente, vejo o corte e não é fundo. Experimento a bicicleta e está tudo bem e continuo a descer. Enquanto foi a descer tudo bem. Mas quando a descida terminou e comecei a passar mudanças verifiquei que estava apenas com a cassete a funcionar a desde o carreto 3 ao 7. 1,2,8 e 9 saltavam de forma a que me era impossível pedalar nestas relações. Toda a etapa foi condicionada por isto e desmontei mais do que o normal, principalmente nas subidas em calçada romana que implicavam muito trabalho de tronco/braços, uma pedalada consistente e uma mudança leve. Aquilo que conseguia fazer com 1-3 fazia, o resto era a pé! No fim da etapa, tempo para mecânica e mudado o dropout o desviador funcionou melhor que um relógio suíço. A prova toda a pensar "Fdx… Empenei o desviador X.0… Mais 120€!" e afinal era o dropout apenas. Se soubesse o que sei hoje, tinha feito a alteração logo em prova mas como estava convencido que deveria ser o desviador deixei-me ir assim até à meta!



Etapa 5 (Monfortinho – Castelo de Vide) – 144km, 2618m acumulado





A organização disse que esta etapa e a sétima eram para descansar. Diz isto porque, são as etapas mais rolantes e com mais asfalto. No entanto 144km de mato não é propriamente descanso e mesmo rolar é difícil quando a velocidade imprimida é grande! Esta etapa correu mais ou menos, arranquei com o pack da camisola amarela e assim o segue até ao km 75 onde havia muitas poças, seguidas das quais os mais fortes davam esticões para tentar partir mais o grupo. Numa dessas vezes conseguiram mesmo e fiquei os restantes 69km sozinho também. No final havia algum sobe e desce em estradão no qual nem me safei muito mal mas acabei por seguir sozinho até à meta. Acho que fui demasiado rápido neste dia no arranque por isso na etapa 7 vou seguir com mais cuidado.



Etapa 6 (Castelo de Vide - Monsaraz) – 165km, 3279m acumulado





Esta etapa fica marcada pelo meu GPS se ter desligado 3 vezes logo no inicio em que voltei para tráz para ligar o percurso e não corer risco de não receber a minha jersey de finisher. O meu irmão cedo me passou, mas depois estava mais à frente com o Paolo a ajudar num furo (o Paolo tinha ajudado o meu irmão na etapa anterior). Mais à frente no abre portão/fecha portão (estamos no Alentejo e esta etapa tinha cerca de 36 portões – felizmente muitos deles estavam abertos o que nos permite não parar), vejo que o meu irmão vem lá atrás a antes de fechar o portão, espero por ele. Como nunca fiz 165km na minha vida decido ir com o meu irmão. O andamento foi relativamente leve e um dos colegas que seguia no grupo estava mal do joelho por isso iamos à frente, abriamos os portoes, ele não parava e depois de o fecharmos, passavamos para a frente também. Cheguei junto com o meu irmão, mas travei 10 segundos antes de chegar à meta para que ele recuperasse da subida a Regengos de Monsaraz J.



Estava contente e bem disposto apesar das horas em cima do selim. Ainda tive força para lavar a roupa toda e por tudo a secar e beber uma bela cerveja na esplanada do bar.



Etapa 7 (Monsaraz – Albernoa) – 143km, 2009m acumulado



Nesta etapa e de acordo com o que disse na etapa 5, juntei-me ao grupo do Ricardo Carvalho que perseguia o pack da camisola amarela e que tinha bom andamento também mas que não dava os esticões. Fomos sempre juntos (eramos 5) até ao km 120 onde o grupo se separou. Talvez tivesse menos força que os restantes porque o meu GPS desligou-se mais uma vez numa recta enorme e tive que voltar cerca de 45'' atrás. O problema é que para depois me voltar a colar ao grupo consumi muitos recursos. Assim, os últimos 25km segui quase sozinho ainda que nunca perdesse de vista um dos atletas à minha frente, não consegui era ir na roda dele.





A chegada (útlimos 3km) percorriamos os campos de cultivo dos hotéis Vila Galé, terreno barrento e escuro e algo pesado. Aqui o GPS desligou-se outra vez… Farto, disse "Chega, não vou voltar atrás outra vez!" e mal cheguei pus a questão ao Malvar. Ele disse que nesses GPSs (MAP 60CSX) é normal, que não havia problema, que quando fosse assim, que se devia ligar de imediato o GPS e seguir! Que alívio e o quanto ganhava se soubesse disto antes!



Etapa 8 (Albernoa - Monchique) – 139km, 3108m acumulado





Esta etapa marcava a nossa entrada no Algarve, nos últimos 40km. Nestes íamos ter mais dificuldades porque na aproximação a Monchique teríamos serra e elevações bastante pronunciadas. Foi a minha etapa preferida. As colinas do Alentejo no início, muitas flores, símbolo do Transportugal, a entrada na humidade e trilhos mais verdes e cerrados do Algarve, as subidas como eu estou habituado na Sernada, os riachos que nunca mais terminam e me fizeram abandonar a ideia de secar as sapatilhas de um dia para o outro no hotel (simplesmente não vale a pena – vais molhar os pés de qualquer forma). Eu recuperei bem na serra (últimos 40km, uma subida de 4km em terra com calhau e duas de 3km +- em alcatrão), mas apesar de tudo acho que fiz 21. 100km a rolar para mim é demais para quem não tem esta capacidade bem treinada…



O GPS voltou a desligar-se mas já não ligava mais a isto – ligava novamente e continuava o trilho!



Etapa 9 (Monchique – Sagres) – 99km, 2058m acumulado





Nesta etapa, planeava dar tudo por tudo. Começar mesmo a dar o máximo. Previa que os 99km o permitiam e que a etapa seria montanhosa, terreno onde me sinto mais confortável e consigo melhores classificações. O pessoal sem handicap partiu com alguma velocidade e eu acelerei, vi o camisola amarela passar e o 3º classificado também e fui no seu encalço. Tudo ia muito bem até ao km 3,5, onde, a descer sinto que o meu aro de trás tocou uma pedra (sim, não foi o pneu foi o aro)… inevitavelmente rasgou e tive que parar 200m à frente com o pneu a bazar e o selante a não chegar para cobrir o tamanho do rasgo. Rapidamente desmontei e comecei a operar mas também rapidamente me passaram todos os atletas, com excepção de dois que perguntaram "Precisas de alguma coisa?". Eu disse "Não, podem seguir obrigado, foi azar e azelhice mas daqui a nada volto a apanhar os outros". Eles responderam "Até iamos se pudessemos" e ai olho para o dorsal e era a bicilceta vassoura! J Dois a olharem enquanto eu fazia o serviço… Depois da operação mecânica arranquei com gás e fui recuperando lugares mas os atletas que encontrava não tinham o mesmo andamento que eu. Numa etapa que se mostrava muito mais rolante do que viria a pensar, sem ser em cerca de 10% da sua distância, rolar sozinho os 99km sempre e fazer >30 foi muito poisitvo. Fiquei a 4 minutos do meu irmão que seguia num grupo de 4 bttistas e devo ter perdido bem mais do que isso a mudar o pneu, camãra, válvula e dar à bomba!



Esta etapa foi feita completamente sozinho, com vento de frente, e os atletas que eu passei na meta disseram me que ia com cara de zangado. Não admira muito, e não estava muito feliz quando cheguei à meta! Talvez por não me ter corrido como gostaria, talvez por estar a chegar ao fim, talvez por cansaço…




segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pequeno resumo... By Adérito

Bom dia a todos!

 

Antes demais queria agradecer-vos as mensagens de apoio que me fizeram chegar.

 

Esta foi sem dúvida uma grande aventura para mim e a prova de endurance física e psicológica mais dura que enfrentei.

 

Estou inteiro e sem quaisquer mazelas. 

 

Do lado da mecanica a factura foi um pouco mais pesada... furei um total de 6 vezes (3 vezes só na etapa 8), parti a corrente uma vez, empenei 1 dropout (o que desafina todas as mudanças traseiras), e ainda tive de substituir todos os cabos das mudanças (com a lama ficaram de tal forma presas que fiz bolhas nas mão só para passar mudanças).

 

Apesar dos contratempos, o espírito que se vive entre os atletas é excelente. Várias vezes fui ajudado quando furei ou quando fiquei sem água. Tive oportunidade de retribuir a ajuda quando encontrei esses mesmos atletas em dificuldades mecânicas e físicas.

 

A única coisa que não me passou na cabeça durante estes dias: Desistir. Nos momentos de maior desespero - quando furei pela 3a vez na mesma etapa, sem mais camaras para usar, e logo a seguir fiquei literalmente seco no meio do nada - é preciso manter a calma para não se entrar num turbilhão de pensamentos negativos.

 

Num total de 77 atletas 60 completaram os 1160km da prova. O grupo este ano era muito forte e com estrangeiros muito bem preparados, como se pode ver pela classificação.

 

Fiquei na 27 posição. Na minha melhor etapa fiz 22 e na pior acho que fiz 36 (a dos 3 furos).

 

O meu irmão fez 19 com boas classificações nas etapas de montanha. Teve alguns azares que o fizeram terminar uma etapa comigo e outra ligeiramente atrás.

 

Conheci sítios fantásticos e vivi muitos momentos de auto-superação durante esta jornada... e mais importante: convivi com ateltas dos 4 cantos do mundo (Sul Africanos, Norte Americanos, Italianos e claro Portugueses). Levo uma mão cheia de amigos que espero rever.

 

Pelo feedback recebido de vários atletas, esta é seguramente uma das provas deste tipo mais bem organizadas em todo o mundo. A Ciclonatur faz um trabalho excelente, para que depois de cada dia com 5, 6, 7 ou 8 horas de esforço os atletas possam recuperar nas melhores condições (hoteis bons e um staff incansável).

 

Eu fiz uma versão "low cost" da prova, sem serviço de massagem e sem assistência mecânica, o que implicava um dia completamente preenchido mesmo depois de cada etapa - limpeza, pequenas reparações, etc.

 

Um dia tipico:

7:30 Peq Almoco

8:00 Fazer Mala p/ ser levada para o Hotel seguinte

8:30 última verificação da bicicleta

9:00 Partida

15h - 17h Chegada

Depois Lanche de recuperação

Banho

Lavar equipamentos

Segundo lanche de recuperação

Lavar bicicletas e realizar pequenas reparações

20:00 Jantar (come-se o dobro do normal)

21:30 Briefing para etapa seguinte

22:15 últimas reparações e lubrificação

22:45 preparar alimentação para o tempo de prova do dia seguinte (gel, barras energéticas e bebidas isotónicas)

23:00 configurar GPS com informações do briefing

23:30 Sleep!!!

 

O tempo para escrever para o Blog foi muito escasso, no entanto já estão lá algumas fotos. Quando tiver mais, partilho.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fotos Dia 2

Não tem dado tempo para grandes publicações. Depois da chegada há que comer (várias vezes o que se come normalmente).

Neste post, a primeira foto é da vista do quarto onde dormimos em Freixo (sobre o Douro).

As seguintes são na Guarda onde tivemos a agradável visita dos nossos pais e da patroa do André.

A 5. º etapa - De Monfortinho a Castelo de Vide (144km e 2618m de acumulado)

 
Mais fotos e histórias aqui:
 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Algumas Fotos

Obrigado Anabela! :)

Transportugal Day 1-3 (by André)

By André:


Dia 1 – Bragança – Freixo de Espada à Cinta (142km, 3842m)


Já no briefing esta etapa tinha sido diagnosticada como dura porque tinha um pouco de tudo e também pela sua distância de 142km… Com passagem por Vale de Frades, Caçarelhos e Sendim, o percurso percorria inúmeras estradas de paralelos e estradões com mais ou menos pedra no início. Já numa parte final, a partir para aí do km 90, as coisas mudavam um pouco – um trilho mais verde com verde nos lados e no meio e ao km 100 também começa a chover. Nem foi muito mau porque não seguia sozinho e consegui aprender alguma coisa com quem rolava imediatamente à minha frente, mas rapidamente a lama se acumulou no trilho e a transmissão não simpatizou muito! Ainda assim já quase no final o Sol voltou a brilhar.


Esta prova ficou marcada pela minha queda ao KM2, em que raspei a perna esquerda e o tornozelo que não estão muito bonitos e que me foram a incomodar os restantes 140km… Enfim, foi azelhice, sai na frente, primeira curva de 90º à esqueda em calçada molhada e com alguma areia! Felizmente nenhum outro ciclista passou por cima de mim, cai do lado de dentro da curva!


Na chegada a Freixo de Espada a Cinta mira-se o Douro e as suas belas margens por uns breves 5km meios a descer, meios planos. No fim, o último km era a subir. Mas Freixo até é giro e nesse km percorremos a parte histórica.


É engraçado quando chegamos ao km 40 e normalmente estamos habituados a pensar "Metade já está!" ou "Faltam só 30km". E não como foi agora "Ainda faltam 102km" e 

"ainda só foi o aquecimento".


Nesta etapa a Kate, foi mordida por um cão no joelho, conseguiu fazer média de 19km/h com essa mazela (apenas menos 0,48km/h que eu), e depois quando chegou foi levar pontos ao hospital. Ficou neste dia em 4º no Geral. Ainda corre e está a dar tareia!


Depois de jantar um esparguete insonso e massa sem sal, uma sobremesa com nozes e mel e chantilly, fomos para um dos cinco hotéis destinados aos atletas. Um junto ao Douro, onde decorria uma farra até à 0.00… Enfim… e ficamos com mais outro atleta no quarto que até aí não conhecíamos. O pequeno-almoço seria no pavilhão onde terminou a prova, em Freixo e o autocarro passaria para nos ir buscar às 08.30.

 

Dia 2 - Freixo de Espada à Cinta – Guarda (110km, 2892m)


Aqui em cima existe alguma areia nos trilhos e o cenário pouco mudou em relação à primeira prova. Tinha alguns singletracks mais para o fim e umas calçadas romanas para se fazer e massajar os pulsos. O grosso da paisagem, além de uns montes aqui e além são uns mini-montes com árvores com 10m de altura e 30/50 de diâmetro… Terreno áspero e aqui e ali um pouco verde. Sim porque a organização volta e meia pede-nos que rocemos na vegetação para abrir alguns trilhos J!


A destacar a passagem pelo interior de uma aldeia fortificada Almeida e o Castelo Rodrigo, este obrigou a subir do km 18 ao km 37.


Não correu como queria, se no primeiro dia senti as pernas presas e a não responderem tanto como queria, neste segundo tive problemas de hidratação do km 85 ao 95 (duas barras e um gel resolveram mas demoraram estes 10km a fazer efeito). – Sei eu bem que o problema disto foi o pequeno almoço que foi uma treta, pão a conta gotas, fiambre, queijo e manteiga, leite e café… apenas isto…

 

Dia 3 – Guarda – Unhais da Serra (108km, 3683m)


Acordar na Guarda, melhor pequeno-almoço até agora e carregar o saco de 145 litros até à recepção do hotel. Só um elevador em hora de ponta obrigou a que usássemos as escadas e chegássemos já à linha de partida com o aquecimento feito.


Para quem fez o campeonato nacional e o GeoRaid do ano passado, devo dizer que o percurso pouco mudou e começo a conhecer o parque natural da serra da estrela melhor do que muitos sítios perto de casa. Logo no início umas belas subidas para depois descer uma calçada que, enfim, é só pancada nos braços… Já ao km 15 começávamos a subir a sério até aos 1600m e km 42 (os últimos 3,5km era a subida da Santinha), pouco antes de lá chegar consegui ultrapassar o 9º da geral mas acabei por ter de o largar ao km 65 – parei para tirar um galho do desviador e aproveitei para urinar e nunca mais o apanhei (acabou por me dar 20 minutos até à meta)! Nestes km, do 45 ao 65, era um constante sobe e desce lá em cima, com muito calhau mas também com zonas rolantes. Do 68 ao 75 desceu-se por onde subiu o campeonato nacional subiu o ano passado. Do km 75 ao 93 era subir pelo lado esquerdo do vale glaciar mas lá em cima (e foi esta a única parte do trajecto que não conhecia). Com umas picadas valentes e muita pedra! Depois, do km 93,5 ao 108 quase não pedalei, foi descer desde aquela rotunda que dá para as Penhas por uma estrada de alcatrão que está vedada aos carros por motivos de deslizamento de pedras. J Que maravilha! Ainda assim fiquei com os mindinhos dormentes pela trepidação do guiador. Descer até à meta não é assim muito comum nas etapas do TransPortugal. 


6h28' a pedalar, 3 barras comidas, e um 15º lugar não foi mal! Senti que esta etapa foi a mais fácil até agora e senti-me melhor que nos dois primeiros dias.


Este hotel é espectacular, com jacuzzi e piscinas ligados e rochas artificiais e com uma bela paisagem sobre as encostas da serra da estrela, recomendo.


Amanhã Unhais da Serra – Monfortinho (110km, 2982m) os organizadores estimam que os corredores terminem 1h mais cedo que hoje, portanto também deve dar para descansar bastante! Há quem diga que é o dia mais fácil do Transportugal – eu já não digo nada!

 

Curiosidades:

1.       Se me oferecessem massagens pedia para as costas e não para as pernas!

2.       Estou farto de barras!

3.       Espero que os equipamentos sequem em tempo útil!

4.       Só fiz 15 metros da subida da Santinha a pé (a técnica está a melhorar!)!

Quanto à questão dos trackers aquilo não é de fiar, tenho colegas que já acabaram a prova e segundo os trackers eles ainda estão no km 20/30.


Hoje devo subir na classificação geral! Fiz 18, 18, 15. O desempenho está a melhorar! Acho que me estou a acostumar a isto! ;)


Deixo-vou uma fotografia do meu irmão a chegar à meta hoje porque isto com a internet não está muito fácil!


Abraço,

André Oliveira

 


Dia 1: Bragança - Freixo de Espada à Cinta

Esperavam-nos 142km e 3800m de acumulado.

O dia não começou como aparentam as primeiras fotos (que foram tiradas no dia antes). O céu estava nublado e com nuvens escuras.

Depois de um pequeno almoço razoável (o Hotel não tinha propriamente a ementa mais indicada para os atletas), lá arrancámos às 9h.

O tempo lá se aguentou até que nos últimos 50km (isto para mim - Adérito) veio muita chuva. Troços com lama e pedra escorregadia que vieram abrandar um pouco o ritmo.

As paisagens à chegada (sobre o Douro) eram de cortar a respiração. Vale a pena visitar e conhecer Freixo.

Ganhou o Marco Almeida. Eu (Adérito) cheguei em 31 e o meu irmão (André) chegou em 18.

Pena é que esta vila (?) não tenha infra-estrutura para receber uma organização destas. Os atletas ficaram divididos por 5 hoteis/turismo-habitação o que tornou a logística muito complicada.

O jantar teve de ser num espaço municipal e deixou um pouco a desejar... Por fim, ficámos alojados num turismo-habitação bonzinho, mas logo ali havia um grande bailarico (música pimba) com som bem alto. O fogo de artifício às 2h da madrugada dificultou um pouco o descanso mas lá se conseguiu dormir qualquer coisa.

As primeiras duas fotos são de Bragança e a outra da chegada a Freixo.