quarta-feira, 11 de maio de 2011

Rescaldo Transportugal Day 4- Day 9 (parte 1/2)


By André:




Etapa 4 (Unhais da Serra - Monfortinho) – 110km, 2982m acumulado





Depois da etapa da serra da Estrela, e a minha melhor posição nas etapas (14º), parti motivado e com a adrenalina em cima! Tudo ia muito bem, terreno como gosto, apesar de largo e compacto e bastante laranja, picadas logo no início para espalhar o pessoal… Quando ao km 12, numa descida fácil mas em que tinha escolhido o lado esquerdo (cheio de calhau) em vez do lado direito (que parecia uma auto estrada) mando um pinote e corto-me no dedo. Levanto-me rapidamente, vejo o corte e não é fundo. Experimento a bicicleta e está tudo bem e continuo a descer. Enquanto foi a descer tudo bem. Mas quando a descida terminou e comecei a passar mudanças verifiquei que estava apenas com a cassete a funcionar a desde o carreto 3 ao 7. 1,2,8 e 9 saltavam de forma a que me era impossível pedalar nestas relações. Toda a etapa foi condicionada por isto e desmontei mais do que o normal, principalmente nas subidas em calçada romana que implicavam muito trabalho de tronco/braços, uma pedalada consistente e uma mudança leve. Aquilo que conseguia fazer com 1-3 fazia, o resto era a pé! No fim da etapa, tempo para mecânica e mudado o dropout o desviador funcionou melhor que um relógio suíço. A prova toda a pensar "Fdx… Empenei o desviador X.0… Mais 120€!" e afinal era o dropout apenas. Se soubesse o que sei hoje, tinha feito a alteração logo em prova mas como estava convencido que deveria ser o desviador deixei-me ir assim até à meta!



Etapa 5 (Monfortinho – Castelo de Vide) – 144km, 2618m acumulado





A organização disse que esta etapa e a sétima eram para descansar. Diz isto porque, são as etapas mais rolantes e com mais asfalto. No entanto 144km de mato não é propriamente descanso e mesmo rolar é difícil quando a velocidade imprimida é grande! Esta etapa correu mais ou menos, arranquei com o pack da camisola amarela e assim o segue até ao km 75 onde havia muitas poças, seguidas das quais os mais fortes davam esticões para tentar partir mais o grupo. Numa dessas vezes conseguiram mesmo e fiquei os restantes 69km sozinho também. No final havia algum sobe e desce em estradão no qual nem me safei muito mal mas acabei por seguir sozinho até à meta. Acho que fui demasiado rápido neste dia no arranque por isso na etapa 7 vou seguir com mais cuidado.



Etapa 6 (Castelo de Vide - Monsaraz) – 165km, 3279m acumulado





Esta etapa fica marcada pelo meu GPS se ter desligado 3 vezes logo no inicio em que voltei para tráz para ligar o percurso e não corer risco de não receber a minha jersey de finisher. O meu irmão cedo me passou, mas depois estava mais à frente com o Paolo a ajudar num furo (o Paolo tinha ajudado o meu irmão na etapa anterior). Mais à frente no abre portão/fecha portão (estamos no Alentejo e esta etapa tinha cerca de 36 portões – felizmente muitos deles estavam abertos o que nos permite não parar), vejo que o meu irmão vem lá atrás a antes de fechar o portão, espero por ele. Como nunca fiz 165km na minha vida decido ir com o meu irmão. O andamento foi relativamente leve e um dos colegas que seguia no grupo estava mal do joelho por isso iamos à frente, abriamos os portoes, ele não parava e depois de o fecharmos, passavamos para a frente também. Cheguei junto com o meu irmão, mas travei 10 segundos antes de chegar à meta para que ele recuperasse da subida a Regengos de Monsaraz J.



Estava contente e bem disposto apesar das horas em cima do selim. Ainda tive força para lavar a roupa toda e por tudo a secar e beber uma bela cerveja na esplanada do bar.



Etapa 7 (Monsaraz – Albernoa) – 143km, 2009m acumulado



Nesta etapa e de acordo com o que disse na etapa 5, juntei-me ao grupo do Ricardo Carvalho que perseguia o pack da camisola amarela e que tinha bom andamento também mas que não dava os esticões. Fomos sempre juntos (eramos 5) até ao km 120 onde o grupo se separou. Talvez tivesse menos força que os restantes porque o meu GPS desligou-se mais uma vez numa recta enorme e tive que voltar cerca de 45'' atrás. O problema é que para depois me voltar a colar ao grupo consumi muitos recursos. Assim, os últimos 25km segui quase sozinho ainda que nunca perdesse de vista um dos atletas à minha frente, não consegui era ir na roda dele.





A chegada (útlimos 3km) percorriamos os campos de cultivo dos hotéis Vila Galé, terreno barrento e escuro e algo pesado. Aqui o GPS desligou-se outra vez… Farto, disse "Chega, não vou voltar atrás outra vez!" e mal cheguei pus a questão ao Malvar. Ele disse que nesses GPSs (MAP 60CSX) é normal, que não havia problema, que quando fosse assim, que se devia ligar de imediato o GPS e seguir! Que alívio e o quanto ganhava se soubesse disto antes!



Etapa 8 (Albernoa - Monchique) – 139km, 3108m acumulado





Esta etapa marcava a nossa entrada no Algarve, nos últimos 40km. Nestes íamos ter mais dificuldades porque na aproximação a Monchique teríamos serra e elevações bastante pronunciadas. Foi a minha etapa preferida. As colinas do Alentejo no início, muitas flores, símbolo do Transportugal, a entrada na humidade e trilhos mais verdes e cerrados do Algarve, as subidas como eu estou habituado na Sernada, os riachos que nunca mais terminam e me fizeram abandonar a ideia de secar as sapatilhas de um dia para o outro no hotel (simplesmente não vale a pena – vais molhar os pés de qualquer forma). Eu recuperei bem na serra (últimos 40km, uma subida de 4km em terra com calhau e duas de 3km +- em alcatrão), mas apesar de tudo acho que fiz 21. 100km a rolar para mim é demais para quem não tem esta capacidade bem treinada…



O GPS voltou a desligar-se mas já não ligava mais a isto – ligava novamente e continuava o trilho!



Etapa 9 (Monchique – Sagres) – 99km, 2058m acumulado





Nesta etapa, planeava dar tudo por tudo. Começar mesmo a dar o máximo. Previa que os 99km o permitiam e que a etapa seria montanhosa, terreno onde me sinto mais confortável e consigo melhores classificações. O pessoal sem handicap partiu com alguma velocidade e eu acelerei, vi o camisola amarela passar e o 3º classificado também e fui no seu encalço. Tudo ia muito bem até ao km 3,5, onde, a descer sinto que o meu aro de trás tocou uma pedra (sim, não foi o pneu foi o aro)… inevitavelmente rasgou e tive que parar 200m à frente com o pneu a bazar e o selante a não chegar para cobrir o tamanho do rasgo. Rapidamente desmontei e comecei a operar mas também rapidamente me passaram todos os atletas, com excepção de dois que perguntaram "Precisas de alguma coisa?". Eu disse "Não, podem seguir obrigado, foi azar e azelhice mas daqui a nada volto a apanhar os outros". Eles responderam "Até iamos se pudessemos" e ai olho para o dorsal e era a bicilceta vassoura! J Dois a olharem enquanto eu fazia o serviço… Depois da operação mecânica arranquei com gás e fui recuperando lugares mas os atletas que encontrava não tinham o mesmo andamento que eu. Numa etapa que se mostrava muito mais rolante do que viria a pensar, sem ser em cerca de 10% da sua distância, rolar sozinho os 99km sempre e fazer >30 foi muito poisitvo. Fiquei a 4 minutos do meu irmão que seguia num grupo de 4 bttistas e devo ter perdido bem mais do que isso a mudar o pneu, camãra, válvula e dar à bomba!



Esta etapa foi feita completamente sozinho, com vento de frente, e os atletas que eu passei na meta disseram me que ia com cara de zangado. Não admira muito, e não estava muito feliz quando cheguei à meta! Talvez por não me ter corrido como gostaria, talvez por estar a chegar ao fim, talvez por cansaço…




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